Advogadas debatem a importância da união entre mulheres nos locais de trabalho.
No Mês da Mulher da AASP, Larissa Albuquerque Oliveira Vitoriano Rodrigues e Tatiane Gonçalves Miranda Goldhar foram as convidadas para debater sobre sororidade em ambientes de gestão. Sob a moderação de Helena Mechlin Wajsfeld Cicaroni, Conselheira substituta da AASP, as advogadas falaram sobre a importância da união entre mulheres nos ambientes de trabalho.
Advogada especialista em Administração, Finanças e Geração de Valor, Larissa iniciou sua apresentação explicando o significado da palavra sororidade. Para ela, sororidade é “a união e a colaboração entre as mulheres baseada na empatia e no respeito mútuo”, que pode ser empregada para o combate à rivalidade das mulheres no dia a dia. A Advogada cita como exemplos o reconhecimento e valorização do trabalho de outras mulheres, o compartilhamento e troca de experiências como forma de enriquecer nossos repertórios, entre outras práticas que podem ser adotadas. “O trabalho pode se tornar um ambiente tóxico para as mulheres, e a sororidade vem para que a gente possa enxergar essa eterna competitividade feminina de uma forma diferente”, afirma.
Se por muitos anos o mercado de trabalho foi visto como um ambiente masculino, hoje nós estamos cada vez mais em busca de lideranças femininas, de acordo com a Advogada. A promoção da diversidade, o aumento da representatividade e a mudança da cultura organizacional são alguns dos argumentos citados por Rodrigues para buscar a inserção de lideranças femininas nos ambientes de trabalho, de forma a se alcançar um ambiente mais colaborativo. “Essas líderes femininas podem atuar como mentoras, oferecendo orientações e suporte para outras mulheres. Isso vai ajudar a promover a sororidade, fortalecer a relação entre as mulheres no ambiente de trabalho e incentivar a busca por desenvolvimento”, explica.
Tatiane – que falou logo na sequência – tratou sobre a sororidade, trazendo o recorte da interseccionalidade. Defendendo a ideia de que talentos diferentes no ambiente de gestão podem trazer resultados efetivos para as instituições, a Advogada traz a capacidade da mulher lidar com múltiplas tarefas como um diferencial. Goldhar prossegue explicando que o termo sororidade foi originariamente empregado por Kate Millett – uma ativista estadunidense –, trazendo uma carga política e ética muito forte, de modo a inserir a mulher nesses espaços. Porém, essa inserção não se deu de forma uniforme e para todas as mulheres, mas apenas para as mulheres brancas e independentes.
“A sororidade contemporânea vem com outro tom”, afirma Tatiane ao inserir o recorte da interseccionalidade. Para ela, é por meio da sororidade que as mulheres irão alcançar a fraternidade universal. “Nós precisamos sair desse segregacionismo para entender que, no fundo e ao cabo, nós temos os mesmos anseios e necessidades“, reflete. A advogada prossegue em sua reflexão trazendo a necessidade de um olhar mais horizontal entre as mulheres, como forma de se conectar com aquelas que são tão diferentes. “Nós precisamos olhar para as outras mulheres com o coração e perceber que, no fundo, se ela está exercendo o papel feminino, tem um propósito existencial igual ao meu”, encerra.
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