13 de fevereiro de 2023

Após o suposto abuso, o agente mandou mensagens para a vítima. Em um trecho da conversa, policial civil chegou a elogiar as partes íntimas da vítima. O namorado da mulher acabou sendo solto.

Crime teria acontecido em um quatro da 12ª DP (Copacabana) — Foto: Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil afastou e abriu dois inquéritos – um na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do Centro do Rio e outro na Corregedoria-Geral da instituição – para apurar a conduta de um investigador, lotado na 12ª DP (Copacabana), suspeito de abusar sexualmente de uma vendedora de 25 anos, dentro da delegacia. A vítima tentava registrar um boletim de ocorrência de agressão contra o ex-companheiro.

O caso teria acontecido na madrugada do último dia 4. Segundo a mulher, o abuso aconteceu após o policial chantageá-la. De acordo com a vendedora, o homem ameaçou o ex-companheiro dela e, depois, condicionou a soltura dele em troca de sexo.

Ela negou, e o agente forçou a relação sexual alegando que ela só deixaria a 12ª DP após transar com ele.

A mulher conta que o sexo aconteceu em uma espécie de quarto na 12ª DP. Segundo a vítima, o agente usou também uma arma durante o abuso para ameaçá-la.

Ainda de acordo com a vendedora, o policial também a agrediu fisicamente durante a relação sexual, apertando seu pescoço. Ao g1, a mulher lembrou que o policial tinha camisinhas no local.

O crime teria acontecido pouco depois das 2h do dia 4 de fevereiro.

Mensagem com elogios após o ato

Após o abuso, o agente mandou mensagens para a vítima. A reportagem teve acesso à íntegra da conversa entre ambos. Em um trecho, ele chegou a elogiar as partes íntimas da vítima.

Horas depois do abuso, a vítima procurou a Deam do Centro do Rio e registrou um boletim de ocorrência. A mulher prestou depoimento e foi encaminhada para fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) do Centro.

De acordo com o Laudo de Exame de Corpo Delito de Conjunção Carnal, assinado pela perita legista Denise Macedo Jana, há vestígios de violência por ação contundente, mas requer mais exames para comprovar a violência sexual.

Com esse documento, a Deam do Centro pediu a prisão preventiva do agente. No entanto, o Tribunal de Justiça negou.

Vítima tinha sonho de ser PM, diz advogado

Patrick Rosa Barreto, advogado da vítima, disse que vai voltar a pedir a prisão do investigador e pediu celeridade para que ele seja punido pela Polícia Civil e pela Justiça. Ele lembrou também que a vítima tinha um sonho de ser policial militar.

Isso é inadmissível. O exame do IML constatou o estupro. Ele precisa ser responsabilizado. A menina está em estado de choque com tudo que aconteceu. A minha cliente tinha um sonho de ser policial militar e agora está abalada com tudo isso. Ela desistiu do sonho. Queremos celeridade e a prisão dele. A Justiça negou o pedido de prisão, um absurdo. Vou me habilitar como assistente de acusação e requerer a prisão”, afirmou o defensor.

O namorado da vítima foi ouvido e liberado. Ele vai responder pela agressão em liberdade.

O que diz a defesa

O suspeito está sendo defendido pelo Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio (SindPol).

Em nota, Ricardo Monteiro, o advogado do órgão disse que “o policial tem 24 anos de carreira, sem quaisquer anotações em sua ficha funcional e que a investigação comprovará que o policial civil não cometeu os atos que lhe são imputados e que tem direito à presunção de inocência já que nada restou provado em seu desfavor”.

Na tarde desta segunda-feira (13), o g1 ligou para o celular do policial. No entanto, a ligação foi para a caixa postal.

O que diz a Polícia Civil

Em nota, a Polícia Civil disse que “o caso está sendo investigado pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do Centro do Rio, que ouviu os envolvidos e testemunhas, e realizou outras diligências”.

Ainda de acordo com a Civil, a delegada Alriam Miranda Fernandes pediu a prisão preventiva do policial, que foi indeferida pela Justiça. O telefone celular dele foi apreendido e foi encaminhado para perícia.

Ainda de acordo com a instituição, “em paralelo, a Corregedoria-Geral da Polícia Civil (CGPOL) instaurou sindicância e afastou imediatamente o servidor”. Por fim, a instituição disse que “não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e que todos os fatos já estão sendo apurados, assim como as medidas cabíveis serão adotadas no rigor da lei”.

A reportagem questionou o Tribunal de Justiça porque a prisão do policial civil foi negada. No entanto, até a publicação da reportagem o órgão não havia respondido. O g1 também entrou contato com o MP para saber se foram favoráveis a prisão, mas ainda não obteve resposta.


Notícia disponível em:
Policial civil do Rio é afastado após denúncia de estuprar em delegacia mulher que registrava agressão de namorado, G1
(Último acesso em 13/12/2023)

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Policial é afastado após ser acusado de estuprar mulher dentro de delegacia

13 de fevereiro de 2023

Vítima foi até a 12ª DP para registrar boletim de ocorrência pelo crime de agressão contra o ex-companheiro

Caso teria acontecido dentro da 12ª DP (Copacabana). Reprodução/ Google Maps

Rio – O policial civil Genilson Barbosa Bonfim, lotado na 12ª DP (Copacabana), foi afastado após ser acusado por uma mulher de tê-la estuprado dentro da própria delegacia, quando ela se dirigiu ao local para registrar uma ocorrência de violência doméstica cometida pelo ex-companheiro. A Polícia Civil abriu dois inquéritos contra o agente, que nega as acusações.

O caso teria acontecido na madrugada do dia 4 de fevereiro. A vítima, de 25 anos, foi para a delegacia com o objetivo de fazer uma queixa de agressão que havia sofrido. No local, o agente teria ameaçado o ex-companheiro da mulher e condicionado a sua soltura em troca de sexo.

Depois de negar, a mulher ainda teria sido chantageada pelo policial que teria afirmado que ela só deixaria a delegacia depois de fazer sexo com ele. A vítima ainda alega que foi levada para um quarto, onde diversas camisinhas estariam guardadas. Genilson teria usado uma arma para ameaçá-la durante o abuso.

O assédio teria continuado depois que a mulher deixou a delegacia, por meio de mensagens de aplicativo. O caso foi registrado na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do Centro, que abriu uma investigação sobre o caso. Os agentes até pediram a prisão preventiva do policial, mas a Justiça indeferiu a solicitação.

Exame de corpo de delito

Segundo o advogado Patrick Rosa Barreto, o exame de corpo delito feito pela vítima comprovou que a mulher foi abusada sexualmente. A defesa ainda informou que vai requerer novamente a prisão do suspeito.

“Isso é inadmissível. O exame do IML constatou o estupro. Ele precisa ser responsabilizado. A menina está em estado de choque com tudo que aconteceu. A minha cliente tinha um sonho de ser policial militar e agora está abalada com tudo isso. Ela desistiu do sonho. Queremos celeridade e a prisão dele. A Justiça negou o pedido de prisão, um absurdo. Vou me habilitar como assistente de acusação e requerer a prisão”, afirmou o defensor ao portal ‘G1’.

Questionada sobre o assunto, a Polícia Civil disse que o resultado do exame deu inconclusivo para estupro. A instituição ainda informou que os agentes da Deam do Centro ouviram envolvidos e testemunhas, além de realizarem outras diligências. O telefone celular do policial foi apreendido e encaminhado para perícia.

Ainda segundo a Civil, a Corregedoria-Geral da Polícia Civil (CGPOL) instaurou sindicância e afastou imediatamente o servidor. A instituição reforça que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e que todos os fatos já estão sendo apurados, assim como as medidas cabíveis serão adotadas no rigor da lei.

Agente nega acusações

O Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (SindPol) realiza a defesa do policial civil. Segundo o advogado Ricardo Monteiro, Genilson nega as acusações e possui uma ficha limpa durante sua carreira como servidor público.

“O sindicato de policiais civis está prestando assessoria jurídica a esse policial. Estamos falando de um policial civil com 24 anos de serviço público que é querido e respeitado por seus colegas de trabalho, que não tem nenhuma anotação em sua ficha funcional até então e que repudia as acusações. Ele tem a seu favor a presunção de inocência e que no decorrer das investigações ficará comprovado que os fatos não são verdadeiros”, disse a defesa.

Perguntado sobre o motivo da prisão não ter sido aceita, o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) informou que o processo corre em segredo de Justiça pois se trata de um caso de violência sexual.


Notícia disponível em:
Policial é afastado após ser acusado de estuprar mulher dentro de delegacia, Jornal O Dia
(Último acesso em 13/12/2023)

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